Hoje pela manhã, em momento devocional na empresa, fiquei pensando nas palavras da música: “Ao nosso Deus, que se assenta no trono e ao cordeiro, pertence a salvação”. Também escutei uma oração em que a pessoa dizia, “- Senhor, reconstrua o Haiti! Converta as pessoas daquele país!”...
Entre tantas orações que tenho ouvido, em muitas delas escuto palavras que passam a ideia de que as pessoas lá no Haiti não conhecem a Deus e estão naquela situação por isso...
Enquanto isso, temos alguns (ímpios, diríamos nós) indo ao Haiti junto com a ONG Viva Rio, por exemplo; ou então temos alguns outros servindo como soldados na reconstrução do país; ou outros como a senhora Zilda Arns que teve um trabalho tão belo com a pastoral da criança no Brasil para depois doar a vida lá no Haiti. Isso mencionando apenas o que vemos na mídia... Não sabemos nada sobre as vidas dos transformadores de mundo anônimos...
Mas o que mais me deixa chocado é o que aprendemos em nossas igrejas: sentarmos em nossos ‘tronos’, cheirando a nuca dos nossos ‘irmãos’, sem nos levantarmos jamais, a não ser para louvar (?), permanecendo sempre na letargia costumeira. Vamos acumulando nossos recursos, gastando caro com acampamentos, melhorando a qualidade do papel e da impressão dos nossos boletins, aumentando cargos e salários, reformando templos (?), comprando sistemas melhores de ar condicionado, contratando seguranças e colocando tudo sob a proteção de um bom seguro (afinal, temos muito, devemos nos precaver!).
Há algum tempo atrás, quando houve a destruição em Santa Catarina, causada pelas chuvas e enchentes escutei em minha igreja pedirem doações em dinheiro, específicas para aquela situação. Fiquei decepcionado com o pedido ao descobrir que minha (?) denominação (tradicional, histórica) possui um valor que ultrapassa a casa do milhão depositado em banco...
Acompanho muitos blogs que noticiam os absurdos dos Malacheias, Ceroullos, Santiagos e Edires, mas tenho para mim que esses são fáceis de serem pegos em seus absurdos, o difícil é compreender a perversidade e a hipocrisia das denominações tradicionais e históricas, que estão cada vez mais iludidas em suas altas e sublimes posições, investindo em si e reproduzindo um bando de fariseus egoístas...
Realmente, a leitura que o ‘mundo’ faz é: Deus está sentado!