*Esse post surgiu após algumas discussões no blog 5 Calvinistas 
Nesses tempos de eleições tenho visto igrejas evangélicas defendendo abertamente determinado partido e condenando (mais abertamente) outro partido ou candidato.
Acredito que nossa posição deveria ser menos paternalista. Explico: Atualmente vemos muitos  cristãos preocupado com a lei "X" ou a lei "Y", defendida pelo partido  "PX" ou "PY", e o que essas leis podem causar às pessoas. Creditamos a  mudança moral à força da lei, que é exterior ao ser humano. A lei, nesse  caso seria como um "pai" dizendo o que é certo e punindo, caso o  sujeito faça diferente... A mudança é imposta, por meio de uma lei.
A  posição menos paternalista é a de: se pregamos o evangelho de Jesus e  se, de fato, as pessoas estão se convertendo a Jesus, ele é vivo e  eficaz, por meio do Espírito, para promover todas as mudanças nas  pessoas; Ele não precisa da 'ajuda' de lei nenhuma para mudar pessoas.  Nesse caso, a sociedade experimentaria uma mudança, gerada pelo próprio  Jesus, individualmente, afetando o coletivo. Falar de uma lei que  criminaliza ou descriminaliza aborto, ou qualquer outra aberração, seria  totalmente desnecessário!
O problema é que não pregamos o  evangelho de Jesus. Pregamos o evangelho da igreja Presbiteriana, da  igreja Batista, da Assembléia... Pregamos as instituições e esperamos  que elas (instituições) façam alguma coisa para a mudança moral das  pessoas. Nosso apoio em instituições é tão grande que confiamos na força  de uma lei (instituída) para mudar os rumos de uma nação.
Jesus não precisa de ajuda!
Não sou contra ou a favor das  leis, mas contra o crédito (ou esperança) demasiado que se atribui às leis,  como se uma lei aprovada a favor disto ou daquilo fosse o que iria  definir os rumos de uma nação. Ora, se assim fosse Jesus teria se  tornado um estadista! A abstração que Jesus fez é sempre necessária: "O  meu Reino não é deste mundo".
Devemos nos lembrar que Deus não criou  instituições, criou pessoas e pôs nelas a capacidade de amar e de se  relacionar. O pecado que acompanha a raça humana nos torna incapazes de  amar e formar relacionamentos. Os seres humanos criam instituições  para poder manter um mínimo possível de convívio social.
Se as pessoas fossem realmente salvas, alcançadas por  Jesus, suas mentes e corações seriam dia após dia transformadas  até atingir a estatura de homem/mulher perfeitos. Nesse caso, seria  óbvio e desnecessário dizer que uma pessoa não deve abortar ou matar.  Isso é como uma sociedade utópica, reconheço. Mas nós, os evangélicos,  somos em número suficiente (20% da população) para promover mudanças  pelo nosso estilo de vida, caso houvesse ocorrido transformação nas  vidas daqueles que vivem dentro das igrejas instituídas.
Se temos  que confiar na aprovação de leis humanas para garantir aquilo que é  óbvio ao evangelho, então o evangelho perdeu sua eficácia! Como isso não  é possível (o evangelho tornar-se ineficaz), então há algo errado com o  meio pelo qual ele é pregado: as instituições evangélicas.
Não sou a favor do PT (que tem sido o partido mais demonizado por muitos evangélicos), mas não posso afirmar que uma pessoa que votou em determinado partido irá para o céu ou inferno, forçando-a a escolher o que eu acho melhor para ela!
Só a Deus (mesmo) toda a Glória!
